sexta-feira, 15 de junho de 2012

“Você só não come o que não tem”

  
Criadora da multimistura recomenda o consumo de inços e condena produtos industrializados.
Filha de imigrantes japoneses, Clara Terko Takaki Brandão formou-se em medicina pela USP em 1969. Seis anos após, criou a multimistura e o programa alimentar contra a desnutrição, adotados pela Pastoral da Criança e hoje presentes em todo o Brasil e mais 15 países da América Latina, África e Ásia. A convite do Sindicato dos Traba-
lhadores Rurais de Caxias do Sul e Regional Serra, ela está na região para eventos com merendeiras e agricultoras da 3ª Légua (dia 22), com trabalhadoras rurais de Caxias (23, às 13h30, em Fazenda Souza), em Garibaldi (24) e no Centro Diocesano, em Caxias (25, às 9 horas). Na semana passada, ela atendeu, por telefone, de Brasília, aonde mora, ao editor-chefe Ibanor Sartor. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Correio Riograndense - O que é mais importante saber e seguir para uma boa alimentação?
Clara Brandão - As pessoas devem entender que não existe uma comida para rico e outra para pobre. O seu corpo não sabe o quanto você ganha. Seria bom poder decidir: neste ano precisamos trocar o telhado da casa e, por isso, não vamos comer. Mas não existe essa possibilidade. O que o seu corpo necessita independe do que você pode comprar. Agora, é importante que você saiba que tem alimentos muito ricos e que são disponíveis. Porque comer melhor não significa comer caro. Usar arroz e trigo integrais, cevadinha, não é caro. Há “n” opções.

CR - A multimistura tem quase 40 anos e ainda é uma opção barata que salva vidas. Qual a grande vantagem em utilizá-la?
Clara Brandão - A multimistura é um concentrado de minerais e vitaminas. O metabolismo dos hidratos de carbono, das gorduras e das proteínas só acontece na presença de minerais e vitaminas. Quando você tem deficiência, precisa usar uma quantidade maior de alimentos para conseguir a mesma quantidade desses minerais e vitaminas essenciais. Com a monocultura, você reduz dramaticamente a quantidade de minerais do solo. Então, a grande vantagem de você usar o farelo, a folha da mandioca, as sementes - em particular o gergelim - é que você concentra os nutrientes que faltam. O resultado é muito positivo e rápido em função disso.

CR - A senhora tem como dimensionar os benefícios já produzidos?
Clara Brandão - O maior benefício visível e palpável foi na década de 70, quando começamos o trabalho (1975), e nas décadas de 80 e 90, quando a desnutrição era muito grave no país. Você tinha um círculo vicioso da fome, com anemia, infecção e desnutrição. Isso era contínuo. O que a Pastoral da Criança fez? Como a diarreia é uma doença que baixa imunidade, ela começou a reagir com o soro caseiro, que previne a desidratação. O que previne a diarreia é melhorar a imunidade, o que pode ser obtido com um alimento simples, ao qual todo mundo tem acesso. Isso é bem viável, sustentável inclusive. A multimistura está no Brasil inteiro e em outros 15 países em função da rapidez dos resultados e da sustentabilidade, porque você não precisa comprar, você precisa aprender a fazer e passar a usar. Um programa que uma única pessoa começou a divulgar na década de 70 já beneficiou milhares de crianças e adultos.

CR - O que essa alimentação pode mudar na vida da pessoa?
Clara Brandão - Hoje falamos em nutrigenômica, nutrigenética, epigenética... Eu não posso mudar aquilo que você recebeu no momento da fecundação, o patrimônio genético. O que se pode mudar é a expressão genética, como ela se manifesta. Principalmente através da alimentação, uso de agrotóxicos, de drogas, metais pesados, pela alteração no meio ambiente... Entre as crianças desnutridas que atendemos desde os anos 1970, nunca tivemos um óbito sequer. Mais importante do que isso: elas aprenderam a ler, escrever..., várias terminaram o terceiro grau. Temos professor universitário com mestrado que foi uma criança desnutrida. Isso é inédito no mundo.

CR - Há 40 anos os níveis de desnutrição eram bastante elevados. Hoje, como estão?
Clara Brandão - Reduziram muitíssimo, devido a benefícios como a melhora da rede de saúde, programas de suplementação alimentar e essas rendas todas oferecidas - renda família, bolsa isso, bolsa aquilo. O acesso ao alimento melhorou incrivelmente. Mas em muitos locais, pelo interior, continua sério o problema. Não só da desnutrição, mas principalmente da infecção. E não é só em criança. Por exemplo: uma mulher que tem níveis normais de vitamina A, ferro, cálcio e zinco, ela não tem os sintomas típicos da gravidez, o trabalho de parto acelera, você reduz dramaticamente a hemorragia pós parto, que é a segunda causa de morte da mulher grávida no Brasil. Não nasce criança denutrida, a mulher não tem fissura de seio, a mãe tem muito leite... em função de uma alimentação correta, fundamentalmente com minerais e vitaminas, essenciais para que esses processos ocorram.

CR - A memória alimentar é determinante nesse caso?
Clara Brandão - Eu começo a fazer a memória alimentar com a criança. Aos seis meses ela não tem desenvolvido ainda o paladar e o olfato. Por que então se dá um biscoito e não se dá uma folha de radicci ao filho de seis meses? Se você começar a ensinar desde o início essas coisas, ele vai aprender a comer.

CR - Como ensinar?
Clara Brandão - Nós utilizamos dois programas. Um se chama “criança para criança”, porque em toda a cultura a criança maior cuida da menor, e outro de idosos. Se perguntarmos a uma pessoa de 80 anos o que ela comia de manhã quando era criança, ela vai responder: uma polentinha que a minha mãe deixava feita à noite e de manhã era assada. Hoje não se come isso. Mas se o vovô e a vovó fizerem, o neto come.

CR - As pessoas têm consciência dos males que os “fast food” causam?
Clara Brandão - Têm consciência, mas não tomam atitude porque é muito mais fácil. Não se dão conta do que custa uma doença. Uma cesária demora mais e tem mais risco de infecção no hospital. Por que não pode ser parto normal? Hoje o mais importante não é o dinheiro. É qual informação você tem e como você faz uso dela.

CR - Pode dar um exemplo prático?
Clara Brandão - Se você vai fazer o aniversário do seu filho, não precisa contratar ninguém. Chama seis, sete crianças e diz: vamos fazer a festa. Aí você coloca no docinho a massa da banana, você faz os sucos naturais... Não é para mostrar para todo o mundo que você tem condições.

Ora-pro-nobis


CR - Como aderir ao programa?
Clara Brandão - A pessoa pode comprar ou produzir a multimistura. Ela vai usar 70% de farelo, de preferencia o de arroz - além de ser mais rico, não provoca alergia, não tem glúten -; 15% de folha de mandioca - que é uma fonte riquíssima de nutriente, em especial vitamina A, ferro, zinco e complexo B, e tem também selênio. Completam a receita 15% de semente, de preferência o gergelim, pela quantidade de cálcio - o gergelim tem 10 vezes mais cálcio que o leite.

CR - Qual seria o similar mais próximo do gergelim?
Clara Brandão - Semente de abóbora, folhas verdes escuras e cereais integrais. No Rio Grande do Sul vocês têm tudo isso. O gergelim dá bem ali e vocês têm outras sementes, como a pecam (noz), por exemplo. Têm ainda muita semente de abóbora, boa fonte de cálcio e de proteína, que quase não é usada. Por outro lado, vocês já têm hábito de comer verduras, como o radicci - só que colocam torresmo.

CR - Preocupa o desperdício de alimentos num país com milhões de subnutridos?
Clara Brandão - Olha, as subnutridas nem me preocupam muito. O que me preocupa mais é a escalada da violência, da falta de atenção, da agressividade, do uso de drogas... O Brasil é um dos campeões em cesária, no uso de medicamento para reduzir hipertensão, insônia e colesterol alto... quando você pode, através da alimentação, suprir a maior parte desses problemas. Quanta gente tem o intestino preso, mau humor... vem sempre com um rosário de desgraças, vê tudo em branco e preto. Às vezes você tira o trigo ou o leite, ou os dois, a pessoa muda de vida, começa a enxergar tudo cor de rosa.

CR - A senhora recomenda o consumo de inços. Pode explicar?
Clara Brandão - São riquíssimos em nutrientes. Se você plantar um canteiro de alface, daqui a um mês todas terão o mesmo tamanho. Mas se cair uma geada ou se der uma enchente, não sobra um pé. Agora, se você for ver a serralha, a língua-de-vaca, a beldroega, a marianica ... O que acontece? Brota tudo de novo. Por que? Elas são diferentes, elas são melhores, nutricionalmente superiores. Vocês precisam aprender a usar todos esses inços. O seu intestino começa a funcionar melhor, você dorme melhor, começa a desintoxicar... A natureza é tão sábia que tem vários nutrientes - e eles estão todos na multimistura - que ajudam não a retirar os metais pesados que você já incorporou no seu corpo (chumbo, mercúrio, níquel...), mas a reduzir o volume de metais pesados que você vai ingerir se fizer a mistura correta.

CR - Como escolher os inços?
Clara Brandão - É fácil. As pessoas idosas da comunidade, os índios, os quilombolas, conhecem todos. É conversar com eles e aprender quais são as preparações e acrescentar na sopa, no feijão... Então, ao invés de comer uma salada de alface e tomate, você vai botar hortelã, cebolinha, salsa, vinagre. Vocês usam aí um vinagre de vinho maravilhoso, porque tudo que é fermentado aumenta o complexo B, fundamental na nutrição do sistema nervoso todo.
CR - Por que as feiras do agricultor estão encolhendo ou sendo desativadas?
Clara Brandão - Porque não damos o devido valor. Você tem de levar seu filho para criar uma cultura. Ele tem que ir ao campo, ver como planta, sentir o sofrimento do pequeno produtor para entender. Hoje a criança não sabe nem o que é uma ‘penosa’. No Japão, os adultos levam os netos para conhecer como é a vida na roça. Por outro lado, se houver uma criança apenas na propriedade rural ou na comunidade, um professor se deslocará até ela para dar aulas. É para manter as pessoas no campo produzindo alimentos com qualidade. Nós não temos essa noção.

CR - E como se adquire isso?
Clara Brandão - Levando este tema à escola, resgatando junto à Emater e a ONGs receitas e festas. Temos que trazer de volta, por exemplo, a festa do tremoço, aquele feijão amarelo, vendido em conserva, para recuperar essa cultura.

CR - Está ocorrendo o inverso?
Clara Brandão - Estão sendo promovidas só festas que incentivam bebida alcoólica. É preciso introduzir tudo o que as colônias faziam antigamente. O chucrute, por exemplo, está perdido. E o chucrute, além de ser feito com uma planta muito importante anticâncer, como é fermentado ele aumenta o complexo B e reduz a prevalência, entre outras, da doença de hansen, a lepra. Melhora muito também o combate ao alzheimer, ao mal de Parkinson. Mas você tem de usar a vida inteira.

CR - Quais são os piores vícios da dieta do brasileiro?
Clara Brandão - O pior é ir ao supermercado, porque tudo que é industrializado tem aditivo químico. São mais de três mil e eles alteram o comportamento, a contaminação com metais pesados etc... e provocam a deficiência de minerais e vitaminas. No Sul, aonde é grande o consumo de leite e derivados, não devia ter osteoporose. Mas é um dos locais de maior prevalência. Outra coisa é bebida alcoólica. Quando você tem vitamina B1 e zinco na dieta, você reduz a necessidade de drogas, em particular do álcool.

CR - E a carne vermelha?
Clara Brandão - Não faz mal se, por exemplo, oferecer junto com a salada uma farofa especial. Se num churrasco uma pessoa consome em média 700 gramas de carne e eu oferecer uma farofa feita com farelo, farinha de mandioca, farinha de milho, folhas de mandioca e gergelim, esta pessoa não comerá a metade da carne que está habituada a consumir. E você tem que oferecer fruta também.

CR - Quais as mais indicadas e em que proporção?
Clara Brandão - Olha, você só não consegue comer e beber o que não tem. O Sul produz frutas maravilhosas, mas você não vai em uma casa que sirvam fruta seca, desidratada. Oferecem o doce.

CR - Isso ocorre também em restaurantes...
Clara Brandão - Você vai tomar café num restaurante e colocam na mesa o presunto, o queijo prato... Por que não põem o queijo da colônia, o salaminho que vocês fazem? Aí oferecem a batata. Por que não a mandioca, o único produto orgânico que dá no país inteiro e segura o pequeno produtor no campo? Você pode ver por sua alimentação: quantas vezes come mandioca e quantas come batata? Se você faz nhoque de batata, por que não fazer de mandioca?

CR - A qualidade da alimentação depende do dinheiro?
Clara Brandão - Já disse: você come e bebe o que tem. Se você vier à minha casa e só tiver pão branco, qual pão vai comer? O Jobs (Steve Jobs, 1955-2011, fundador da Apple) falou: vocês não sabem o que querem, eu é que tenho de mostrar o que gostariam de ter. Essa é a questão.

Serralha

CR - Dá mais trabalho preparar uma alimentação mais saudável?
Clara Brandão - Não. Uma das coisas que eu sigo: a alimentação tem que ter alto valor nutritivo, custo baixo, preparo rápido e sabor regionalizado. Você come qualquer coisa desde que tenha um sabor regionalizado. E você não come a coisa mais cara se o sabor for desconhecido. Você pode até provar, mas não vai me dizer que gostou.
 





segunda-feira, 11 de junho de 2012

Temos que aprender a conviver com o lixo que produzimos

 
Todos nós produzimos lixo. Em média,cada brasileiro gera meio quilo de lixo a cada dia. Quanto mais dinheiro as pessoas têm, maior essa quantidade, principalmente porque existe mais consumo. O que fazer com todo esse lixo?
Inicialmente, precisamos nos convencer que boa parte do lixo pode ter utilidade. Metade do que produzimos é lixo orgânico, composto principalmente por restos de comida. A outra metade é papel, lata, vidro, plástico, alumínio, ferro, entre outros. Como sabemos, muitas pessoas vivem da coleta e reciclagem desses materiais. Mas, infelizmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 76% do lixo produzido vai diretamente para os rios, lixões, aterros sanitários ou simplesmente é queimado. Isso é um desperdício que gera poluição, contamina o ar, compromete o meio ambiente e deixa em perigo o futuro do planeta.
A responsabilidade pela limpeza e coleta do lixo nas cidades é da prefeitura. O dever das pessoas é se organizar para colocar o lixo nos horários e lugares corretos para serem recolhidos. Em muitas cidades, além de 100% do lixo ser coletado, a população participa da separação do lixo que não é lixo, ou seja, do material que pode ser reciclado ou reutilizado nas casas e nas empresas. Como é a coleta de lixo no seu município? E na sua casa? E na sua comunidade?

Transformar lixo em adubo

O lixo orgânico que produzimos em casa, como restos de frutas e legumes, cascas de ovos, pó de café, restos de grama cortada, folhas e galhos secos, pode ser transformado em um ótimo adubo para as plantas. Saiba como produzir o chamado composto orgânico: 
 Quem tem espaço com terra em casa pode fazer um buraco de mais ou menos 60 centímetros de altura e 1 metro de largura. Quem não tem, pode usar uma caixa com pequenos furos laterais para a saída de ar.
b. Os restos de material orgânico devem ser colocados em camadas, com um pouco de terra para separar cascas, folhas, palha, pó de café. Depois de intercalar as camadas, regue tudo com um pouco de água. Para acelerar a decomposição e evitar o aparecimento de moscas, é bom cobrir com uma lona.
c. Se o composto estiver em caixas, revire-o a cada dois dias, com uma ferramenta. Se ele estiver em um buraco no chão, isso pode ser feito a cada 15 dias. A ação de bactérias e fungos pode esquentar o monte. Molhar com água diminui a temperatura e mantém a umidade, mas cuidado para não encharcar seu composto.
d. Depois de um a dois meses, o composto começa a ter cheiro de terra, cor escura e não esquentar mais. Esses são os sinais de que está pronto para ser utilizado como adubo e que pode ser misturado à terra do jardim, da horta e dos vasos. Com mudança de hábitos e atitudes individuais e coletivos podemos reduzir, reaproveitar e reciclar muito do que vai parar no lixo e causa estragos ao meio ambiente. Ao evitar o desperdício e reaproveitar os materiais cuidamos melhor da natureza e contribuímos para que todos tenham mais saúde.

"Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações" (Artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988).
Observação: Não use restos de alimentos, principalmente os de origem animal como leite, carne, ovos, na sua composteira, esses alimentos podem atrair insetos e animais, como baratas, formigas e ratos.

Clóvis Boufleur
Gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Cuidar do ambiente é amar a vida!

 Ter água em casa faz  toda a diferença para as pessoas. Afinal trata-se do bem que preserva a vida! Como é bom ter água encanada! Dá para cozinhar, tomar banho e lavar as roupas e as mãos sem grandes dificuldades.
Mas, o que acontece com a água que entra na casa e sai na forma de esgoto da cozinha, banheiro e do tanque? O acesso à água é apenas um lado da moeda. Em mais da metade das casas não tem coleta, e o esgoto vai para as fossas (muitas vezes precárias), para a rua ou o córrego mais próximo. A preocupação com a água deve estar casada com o esgoto, não tem jeito. As pessoas precisam ser convencidas de que também são responsáveis pelo esgoto que produzem.
Crianças em contato com o esgoto ficam doentes e faltam mais na escola. Com isso elas tem mais dificuldade para aprender e passar de ano. Quando a gente junta tratamento de esgoto, água encanada e coleta de lixo, o problema fica ainda maior. Cada quilo de produto que entra em casa produz uma quantidade de lixo que precisa ser coletado.
Nas comunidades a implantação de programas de troca para fazer a coleta dos materiais recicláveis traz bons resultados. Cada cinco quilos de material, por exemplo, poderia dar direito a um quilo de alimento ou material escolar, brinquedos e ingressos para apresentações. Esta troca poderia servir também para o lixo orgânico – lixo do banheiro e da cozinha. Muitas cidades já fazem isso. O princípio é sempre o mesmo: construir uma mentalidade de cuidado e respeito pelo meio ambiente.
Como a Campanha da Fraternidade  alerta, dividimos as responsabilidades pelo cuidado com o meio ambiente. Como assinala o recente documento do Papa Bento XVI, Caritas in Veritate(Caridade na Verdade), "a natureza é um dom de Deus, e precisa ser usada com responsabilidade".
Quanto mais esgoto a céu aberto, mais doenças, internamentos e mortes, especialmente de crianças. Não podemos voltar na história, para uma época em que se acreditava que as doenças eram frutos do acaso, ou de forças sobrenaturais. Precisamos acordar do sono encantado que nos impede que associarmos a doença com a sujeira.
Clovis A. Boufleur
Gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança

sexta-feira, 1 de junho de 2012

FAVELA ORGÂNICA - Era uma vez uma Empregada Doméstica com Regina Tchelly

Como fazer muito com tão pouco?
Regina Tchelly, responde com maestria essa pergunta e nos mostra como aproveitar a melhor parte dos alimentos.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Guardiã das Letras » Revista Herbarium

Guardiã das Letras » Revista Herbarium

Há quase um ano, a menina magrinha e morena de sorriso cativante comanda a primeira biblioteca comunitária da região, cujo acervo é quase totalmente formado de livros tirados do lixo. O pequeno espaço, que fica em uma das ruas mais movimentadas do local, abriga quase cinco mil obras. Grande parte delas foi doada ou vendida por catadores de materiais recicláveis que vivem na Vila, um local violento, onde pouca gente consegue prosperar.



leia mais em http://www.revistaherbarium.com.br/guardia-das-letras/

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pastoral da Criança da Paróquia Santa Bertila promove incentivo à leitura

A líder da Pastoral da Criança Rosária Maria Carvalho de Medeiros não é uma das "agentes de leitura" das escolas municipais de Curitiba. Mas, assim como elas, Rosária está sempre em busca de ideias criativas para incentivar a leitura entre as famílias que participam da Celebração da Vida na Paróquia Santa Bertila, no Bairro Alto.

 E como na música "Nos bailes da vida", de Milton Nascimento, para Rosária "o livro também tem de ir aonde o povo está". Iniciativa da líder, a Biblioteca "Leitura para Todos" funciona de forma inusitada. Como a biblioteca está instalada na Associação Viver Mais, os livros para empréstimos nas reuniões mensais chegam ao Salão Paroquial sempre em caixas que Rosária transporta em seu carro.

Os livros ocupam o banco traseiro e todo o porta-malas do Fiat Uno. Classificados pelo conteúdo (infantis, juvenis, bíblicos, cidadania, poesia, romances etc.), os livros são expostos em um balcão e atraem o público que vem devolver e levar novas leituras. "Sempre gostei de ler", disse Dilmara Miranda Vigil, que participou da Celebração da Vida, dia 5 de maio. Para a filha Vitória, 2 anos, levou livrinhos que contam histórias da Bíblia. A sobrinha Brenda, 9 anos, vai ler o "Polegarzinho", uma adaptação do clássico de Charles Perrault. Mãe de cinco filhos, Roseli Zancanella agora tem apenas um filho acompanhado pela Pastoral da Criança. Também levou livros para ler para o filho. Contou que repete a leitura várias vezes. "Criança gosta de ouvir a mesma estória várias vezes". Julia, 12 anos, filha da coordenadora Izabel Maria Soares da Graça Gross, escolheu "Uma professora muito maluquinha", de Ziraldo.





"Gosto de ler para ter mais conhecimento das coisas", disse Julia que prefere livros de suspense e de humor. Lorena Barbosa veio devolver "O pequeno príncipe", de Antoine de Saint Exupéry. "Li e adorei", falou Lorena, mãe de Luca, 7 anos, que trouxe livrinhos para doação. Nas reuniões, Rosária orienta sobre os conteúdos dos livros e sempre tem bons argumentos para motivar as mães a lerem para seus filhos. "Explico que é muito importante terem aquele momento lúdico, de sentar com as crianças e ler ou contar estórias. E como faz bem à formação delas, despertando-as para a leitura, o conhecimento e amor aos livros, até quanto ao manuseio, conscientizando sobre o cuidado para que outros também tenham a oportunidade da leitura", diz ela, ao lembrar que as melhores lembranças de sua infância são aquelas de sua mãe cantando ou contando estórias para ela e os irmãos.

Oportunidade de leitura

A ideia de criar uma biblioteca e oferecer a oportunidade de leitura às famílias da paróquia surgiu em 2006. A inspiração veio do Caderno do Líder, nas questões relacionadas aos indicadores de oportunidades e conquistas. "Quando perguntava às mães se costumavam ler para os filhos, muitas respondiam que não tinham livros, não podiam comprar e outras alegavam que não sabiam ler", conta Rosária. "Constatei que as famílias não tinham acesso aos livros". Com campanha nas missas e doações dos livros, a Biblioteca "Leitura para Todos" foi sendo organizada por Rosária inicialmente em sua casa. Até comprou uma prateleira de aço para melhor acomodar os volumes. Há três anos, tem apoio da Associação Viver Mais que abriga todo o acervo em sua sede. Rosária é uma "bibliotecária" dedicada: registra, cataloga e, quando necessário, limpa, cola ou conserta livros que chegam com as doações. Para melhor proteger os livros que vão para empréstimo, todos são entregues dentro de sacolas confeccionadas pelo grupo Acontecer, orientado pela Irmã Adelina Bressan, da Associação Viver Mais, que apoia as ações da Pastoral da Criança na paróquia. Apesar do entusiasmo, Rosária precisou de muita vontade para não desistir.

O trabalho na biblioteca passou por algumas fases. Primeiro, começou a incentivar a leitura entre as mães e as crianças. Depois viu que muitos livros não retornavam. "Tínhamos o registro que apontava o responsável pela retirada! - mas eles não eram devolvidos". Iniciou então uma etapa de conscientização sobre a importância da devolução do livro para que outras pessoas pudessem desfrutar da leitura. Dos 416 livros registrados, pelo menos 100 nunca voltaram. Atualmente, isso não acontece mais, ela comemora. Economista aposentada, Rosária colabora com a Associação Viver Mais e na Pastoral da Ação Social da Paróquia Santa Bertila. Mas é na biblioteca, no incentivo ao hábito da leitura, especialmente entre as crianças, que ela encontra grande motivação. Acredita que, ao lado dos projetos do governo, a sociedade pode colaborar em ações de acesso ao livro e incentivo à leitura. "Ações simples, a exemplo de nossas reuniões que oferecem a oportunidade de leitura onde o povo está, trazem efeitos a curto prazo e, se contar com a boa vontade do voluntariado, os custos ficam em praticamente zero", completa Rosária.

Assessoria de Comunicação Coordenação Nacional da Pastoral da Criança
https://www.pastoraldacrianca.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1376:pastoral-da-crianca-da-paroquia-santa-bertila-promove-incentivo-a-leitura-&catid=46:nacionais&Itemid=38

terça-feira, 15 de maio de 2012

HORTAS CASEIRAS na Pastoral da Criança

Colaboração: Maria do Socorro
Aguiar Moreira • Coordenadora da Pastoral
da Criança na Arquidiocese de Olinda e Recife

Nos dias 09 e 10/02/12 a Pastoral da Criança na Arquidiocese de Olinda e Recife promoveu treinamento para Capacitadores em Alimentação e Hortas Caseiras, na sede da CNBB - REGIONAL NE 2, Recife. A ação Alimentação e Hortas Caseiras na Pastoral da Criança tem como objetivo levar informações e dicas sobre alimentação saudável e plantio de hortas caseiras a todos os líderes e famílias acompanhadas. Ao todo, foram capacitadas dezesseis pessoas.
Diante dos altos índices de obesidade no Brasil, tida como um problema de saúde pública e que atinge todas as classes sociais, a reeducação alimentar se faz necessária.
A população brasileira consome muitos alimentos industrializados, ricos em gorduras e açúcares, e poucos alimentos saudáveis, como frutas, verduras e legumes. Assim como a desnutrição, a obesidade precisa ser combatida para diminuir o aparecimento das doenças decorrentes do excesso de peso: doenças cardiovasculares, diabetes, pressão alta, entre outras.
A Pastoral da Criança decidiu incentivar as famílias a plantar seus próprios alimentos, por meio das hortas caseiras, e a utilizarem verduras, legumes e frutas na alimentação do dia a dia. Dessa forma, a Pastoral da Criança contribui para melhorar a saúde e a alimentação dessas famílias e ainda colabora para que os princípios da Segurança Alimentar e Nutricional realmente aconteçam.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Formação contínua "VISITAS" no Ramo

A líder Isabel, capacitadora para formação contínua "VISITAS" , ministrou esta formação para líderes das comunidades Campo Novo e Kanazawa, de nosso Ramo.

Tivemos a presença na oração inicial do nosso Pároco, Pe Pedro e na oração final , a mensagem do vigário paroquial Pe Francisco.

Participaram também deste momento a Eliane (capacitadora do Guia do Líder) e seu esposo João (coordenador da área).
Foi um momento muito bom!



segunda-feira, 7 de maio de 2012

Alimentação saudável e nutritiva promove vida em abundância


O calendário da Pastoral da Criança propõe para o mês de maio o tema alimentação saudável. Desde que surgiu, a Pastoral da Criança se preocupa com a alimentação da família. Boa saúde começa com refeições saudáveis e nutritivas, variadas, equilibradas, coloridas – preferencialmente pratos formados com alimentos típicos de cada região. A base de nosso hábito alimentar está ligado ao local onde crescemos, à história da nossa família e comunidade.

Todos os dias é preciso decidir o que vamos comer. Procure avaliar que atitudes podem melhorar a qualidade do alimento que você vai consumir hoje.

Em recente divulgação do Ministério da Saúde, foi confirmada uma diminuição significativa da desnutrição no país. Ao mesmo tempo, notamos em nossas comunidades um número cada vez maior de crianças com excesso de peso. O aumento do peso entre as crianças e famílias acompanhadas é resultado de vários fatores.
Hábitos alimentares errados, com o maior consumo de farinhas, açúcar e alimentos industrializados e vida sedentária, com pouca atividade física, estão entre as principais causas do excesso de peso infantil. A Pastoral da Criança desenvolve diversas ações para prevenir e reduzir a obesidade infantil. Podemos evitar a obesidade com a amamentação exclusiva até os seis meses e o consumo de alimentos saudáveis, principalmente as frutas, hortaliças, arroz, feijão, carnes magras e também a atividade física.

A ação Alimentação e Hortas Caseiras da Pastoral da Criança tem o objetivo de levar informações e dicas sobre alimentação e plantio de hortas caseiras a todos os líderes e famílias acompanhadas. É uma das ações
com as quais as famílias podem produzir alimentos saudáveis e de qualidade por um baixo custo, com todos os nutrientes (vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas e gorduras), e na quantidade suficiente.
Líder, nas visitas mensais você pode incentivar o cultivo das hortas caseiras. Pode orientar as famílias sobre como aproveitar os espaços ao redor e até dentro de casa para os cultivos, plantar em pequenos canteiros,
jiraus, vasos e potes, explicar as riquezas e o aproveitamento dos alimentos coloridos, regionais e de baixo custo.
Também deve ser valorizada a ação Brinquedos e Brincadeiras. O brincar, além de ser atividades de lazer nas comunidades, combate o sedentarismo.
Clóvis Boufleur
Gestor de Relações Institucionais.