Ter água em casa faz toda a diferença para as pessoas. Afinal trata-se
do bem que preserva a vida! Como é bom ter água encanada! Dá para
cozinhar, tomar banho e lavar as roupas e as mãos sem grandes
dificuldades.
Mas, o que acontece com a água que entra na casa e sai na forma de
esgoto da cozinha, banheiro e do tanque? O acesso à água é apenas um
lado da moeda. Em mais da metade das casas não tem coleta, e o esgoto
vai para as fossas (muitas vezes precárias), para a rua ou o córrego
mais próximo. A preocupação com a água deve estar casada com o esgoto,
não tem jeito. As pessoas precisam ser convencidas de que também são
responsáveis pelo esgoto que produzem.
Crianças em contato com o esgoto ficam doentes e faltam mais na
escola. Com isso elas tem mais dificuldade para aprender e passar de
ano. Quando a gente junta tratamento de esgoto, água encanada e coleta
de lixo, o problema fica ainda maior. Cada quilo de produto que entra em
casa produz uma quantidade de lixo que precisa ser coletado.
Nas comunidades a implantação de programas de troca para fazer a
coleta dos materiais recicláveis traz bons resultados. Cada cinco quilos
de material, por exemplo, poderia dar direito a um quilo de alimento ou
material escolar, brinquedos e ingressos para apresentações. Esta troca
poderia servir também para o lixo orgânico – lixo do banheiro e da
cozinha. Muitas cidades já fazem isso. O princípio é sempre o mesmo:
construir uma mentalidade de cuidado e respeito pelo meio ambiente.
Como a Campanha da Fraternidade alerta, dividimos as
responsabilidades pelo cuidado com o meio ambiente. Como assinala o
recente documento do Papa Bento XVI, Caritas in Veritate(Caridade na
Verdade), "a natureza é um dom de Deus, e precisa ser usada com
responsabilidade".
Quanto mais esgoto a céu aberto, mais doenças, internamentos e
mortes, especialmente de crianças. Não podemos voltar na história, para
uma época em que se acreditava que as doenças eram frutos do acaso, ou
de forças sobrenaturais. Precisamos acordar do sono encantado que nos
impede que associarmos a doença com a sujeira.
Clovis A. BoufleurGestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança
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