Ação da Pastoral que foi criada no Paraná existe há quatro décadas. Na Diocese, ação existe há 35 anos
“Para que todas as crianças tenham vida em abundância” (Conf. Jo 10,10). Há 40 anos era fundada a Pastoral da Criança no Brasil. Uma ação que iniciou no Paraná, em 1983, na cidade de Florestópolis, pela médica sanitarista e pediatra, Zilda Arns Neumann, e pelo então arcebispo de Londrina, Dom Geraldo Majella Agnelo (in memorian). A Pastoral da Criança hoje se faz presente em todos os estados brasileiros e em outros dez países da África, Ásia, América Latina e Caribe.
Na Diocese de Ponta Grossa, a ação das agentes da Pastoral da Criança começou em 1988, na Capela Menino Jesus de Praga, na Vila Tânia Mara, hoje pertencente a Paróquia Nossa Senhora Medianeira, mas, na época, território da Paróquia Nossa Senhora do Pilar. Começou sob a tutela do sacerdote religioso agostiniano Angel Fernández Caballero, ou, 'padre Ângelo', como conta Clotilde Ferreira, uma das primeiras líderes da Pastoral em Ponta Grossa. “A sementinha foi lançada aqui na capela. Padre Ângelo nos disse que havia muito trabalho nas pastorais na matriz, por isso ele levou a atividade para a comunidade. A coordenadora era a Vera Gaid. Trabalhávamos eu, a Glaci Machado, a Tereza e a Eolina Sotto”, detalha, contando que padre Ângelo acabou falecendo precocemente em um acidente automobilístico e quem ficou à frente da Pastoral na paróquia foi padre Jesús Madrid Rodriguez.
“Não havia doações como há hoje. A gente tirava as verduras dos quintais das pessoas que queriam ajudar. Era muito pobre a Pastoral. Mas, era muito divertido brincar com as crianças. Se ensinava as mães a reaproveitar alimentos, confeccionar os enxovais dos bebês, a costurar as roupinhas, fazer sapatinhos. Eram muitos momentos, muitas atividades, muito aprendizado para as gestantes que participavam. Eu adorava servir na Pastoral da Criança. Fiquei dois anos servindo direto, depois me afastei por problemas de saúde, mas voltei e saí várias vezes. Parabéns à Pastoral da Criança!”, deseja Clotilde.
A coordenadora diocesana Marli Szczepaniki comenta que atualmente a Pastoral da Criança está em 33 paróquias, em 98 comunidades, com 250 líderes atendendo 150 gestantes e 1.950 crianças. “Nossa eterna gratidão a todas as voluntárias que abraçaram a causa. Doutora Zilda Arns fundou e iniciou a Pastoral da Criança, mas se não fossem essas pessoas de boa vontade para assumir esse projeto tão lindo, tão abençoado por Deus, nada teria acontecido. Não haveria a continuidade do atendimento às nossas crianças e gestantes. Hoje, os parabéns vão para as nossas voluntárias. Nossa eterna gratidão a todas elas por esse trabalho lindo”, enfatiza Marli.
De acordo com a coordenadora, a mudança não acontece só nas famílias atendidas, mas nas próprias agentes, líderes. Há um crescimento como pessoa, um crescimento espiritual. “Quando a gente sai ao encontro do outro muda a vida do outro e a nossa. Há um olhar diferenciado para o outro. Na minha caminhada dentro da Pastoral da Criança eu vejo isso”, enaltece. Segundo Marli, o sistema de atendimento mudou muito nesses 35 anos. “Hoje, estamos atendendo não mais pelo material impresso. Não temos mais o guia do líder. Temos um aplicativo, uma ferramenta de trabalho. A Pastoral se modernizou muito, está acompanhando o desenvolvimento tecnológico. Hoje, fica mais fácil enviar dados para o Nacional. Encontramos um pouco de dificuldade entre os agentes, quanto ao acolhimento e a aceitação do novo, mas estamos caminhando graças a Deus, para que no futuro possamos atender mais crianças”, destaca.
Para comemorar o aniversário de 40 anos, neste sábado (9), uma romaria vai reunir líderes do Brasil todo em Aparecida (SP). A expectativa é que cinco mil pessoas em uma programação que começará com a concentração no pátio da basílica e Santo Terço, às 9h30, Santa Missa, às 12 horas, e, Via Sacra, às 16 horas, no Morro do Cruzeiro. De Ponta Grossa vão 20 pessoas, de Telêmaco Borba, cerca de 40, além de líderes de Tibagi e Ortigueira.
História
Fundada em 1983, a Pastoral da Criança é hoje um Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) conforme o decreto 05/2006 da CNBB. Atualmente, faz parte da Comissão Episcopal Ação Sociotransformadora. A Pastoral da Criança alicerça sua atuação na organização da comunidade e na capacitação de líderes voluntários que ali vivem e assumem a tarefa de orientar e acompanhar as famílias vizinhas em ações básicas de saúde, educação, nutrição e cidadania tendo como objetivo o "desenvolvimento integral das crianças, promovendo, em função delas, também suas famílias e comunidades, sem distinção de raça, cor, profissão, nacionalidade, sexo, credo religioso ou político".
A Pastoral da Criança baseia suas ações na organização comunitária e no treinamento de líderes comunitários que assumem a tarefa de orientar e acompanhar as famílias vizinhas. Suas principais ações são o acompanhamento de crianças de zero a seis anos e acompanhamento de gestantes por meio de líderes voluntários que vivem nas próprias comunidades que atuam, tornando todos agentes de sua própria transformação. A missão é toda baseada no tripé de ações que é formado pelas Visitas Domiciliares, Celebração da Vida e Reunião de Reflexão e Avaliação.
Além disso, atua de forma permanente e ativa no Controle Social das Políticas Públicas, em todos os níveis da federação, e promove Campanhas de mobilização, de realização própria e em parcerias.
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