Bispo emérito de Blumenau (SC), Dom Angélico Sândalo Bernardino, conduziu a plenária sobre os 50 anos do Concílio Vaticano II, no terceiro dia do congresso nacional da Pastoral da Criança. Dom Angélico lembrou que a Pastoral da Criança é a verdadeira comunidade. “Vemos os líderes da Pastoral da Criança fazerem da sua comunidade a melhor, trabalham dando o melhor de si.”
O Concílio Vaticano II foi convocado pelo Papa João XXIII, no dia 25 de dezembro de 1961. O Concílio tem quatro constituições, nove decretos e três declarações. Em 1995, o Papa João Paulo II, classificou-o como “um momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e sobre as suas relações com o mundo”.
Hoje os desafios são outros. A globalização, os avanços tecnológicos dos meios de comunicação e a agilidade da informação exigem também que a Igreja se atualize. “Queremos uma atualização da Igreja para que ela se enculture no mundo de hoje. A Igreja existe para evangelizar e precisa estar presente no meio do povo”, defende Dom Angélico. Ele ainda lembra que a “Igreja deve ser carismática, povoada pelo Espírito Santo e que se faz bondosa, indo ao encontro das pessoas”.
O diálogo é um dos pontos fortes do Concílio, e nesse ponto a Pastoral da Criança se destaca, pois toda a atuação dos líderes da Pastoral da Criança se dá através do diálogo. “Queremos uma Igreja dialogante, e a Pastoral da Criança propõe esse diálogo entre a família e a comunidade. Precisamos dialogar sem fronteiras, entre religiões e com os desiguais. Quando o líder está atuando, está repetindo o exemplo de Maria de Nazaré”, ressalta Dom Angélico. Sobre os temas abordados na plenária, o bispo destaca:
O Concílio Vaticano II
“Representa em primeiro lugar um compromisso inadiável de agarrarmos para valer os seus ensinamentos. Precisamos conhecer melhor e depois colocarmos em pratica as grandes intuições, os grandes ensinamentos. Os tempos são outros, os desafios dos novos parâmetros culturais são grandes. A Igreja com novo vigor, com novo entusiasmo, com novas manifestações, deve se entregar a nova evangelização e construir comunidades. Ser uma Igreja missionária, uma Igreja autenticamente e profundamente ecumênica. Uma Igreja com fome e sede de justiça, e que se coloca profeticamente a serviço do reino.” O diálogo e a Pastoral da Criança
“O diálogo é uma necessidade de fraternidade. O Papa João XXIII e o Papa Paulo VI clamaram por um diálogo intenso. Precisamos de um amplo diálogo dentro da Igreja, da Igreja com as Igrejas Cristãs, da Igreja com aqueles que não são cristãos, muçulmanos e judeus, diálogo com aqueles que nem acreditam em Deus. Queremos um diálogo amplo e sem fronteiras. Quando falo ‘Igreja’, estou me referindo a família, aos grupos da Pastoral da Criança, a paróquia e a diocese. Precisamos estabelecer um amplo diálogo para juntos realmente, renovados no vigor, nos darmos a nova evangelização.”
O Papa Francisco no Brasil
“A visita do Papa Francisco nos traz um novo entusiasmo, um novo vigor. O Papa nos convidou a irmos às periferias, não somente geográficas, mas as periferias das lágrimas, dos sofrimentos, para marcarmos uma presença de Jesus. Essa presença de misericórdia, de compaixão, uma presença de esperança. Precisamos ser uma Igreja renovada, e essa renovação não é somente missão do Papa, dos bispos, mas de cada um, onde quer que estejamos, leigos e leigas, padres bispos, todos nós irmanados, povo de Deus, nos renovando no fervor missionários, vamos construir um mundo novo. Este foi o grande recado do Papa Francisco no meio de nós.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário