terça-feira, 30 de julho de 2013

Começa em Aparecida o Congresso Nacional da Pastoral da Criança

Aberto na tarde deste domingo (28 de julho), em Aparecida (SP) o Congresso Nacional da Pastoral da Criança, evento comemorativo dos 30 anos de atividades da entidade criada pela médica pediatra e sanitarista Dra. Zilda Arns Neumann. “Este é um momento histórico de congregação para partilhar experiências, animar na missão, traçar metas e prioridades para os próximos anos”, disse a coordenadora nacional da Pastoral da Criança, irmã Vera Lúcia Altoé.

Participam do congresso no Centro de Eventos cerca de 500 pessoas, entre coordenadores da Pastoral da Criança nos estados, setores e núcleos, além da equipe nacional, assessores técnicos, palestrantes e outros convidados. Também participam representantes da Pastoral da Criança de nove países (Filipinas, Angola, Guatemala, Panamá, República Dominicana, Peru, Argentina, Colômbia e Paraguai).
A criança como prioridade
Nelson Arns Neumann
O tema central do congresso “A criança como prioridade absoluta” foi exposto pelo médico Nelson Arns Neumann, coordenador nacional-adjunto e coordenador da Pastoral da Criança Internacional. Com a diminuição do índice de mortalidade infantil, a entidade volta-se agora para novos desafios. Ser referência para a criança em situação de vulnerabilidade é uma das prioridades da Pastoral da Criança para os próximos três anos.
A Pastoral da Criança “como referência, mas não como executora” explicou Neumann. “Ela não vai resolver todos os problemas relacionados à criança. “Mas ela deve encaminhar o problema, articulando e reforçando a ação do serviço público ou de outras instituições que atuam com a criança”.
A ampliação das ações de vigilância nutricional para prevenção da obesidade infantil; os cuidados nos primeiros mil dias (período da gestação mais os dois primeiros anos de vida da criança); a ampliação do número de crianças acompanhadas e o aprimoramento da gestão, com objetivo de atingir sua missão, também estão entre as prioridades da Pastoral da Criança que estão sendo debatidas no evento.
Diversidade e riqueza cultural
Representantes de outros países
O Centro de Eventos no Santuário de Aparecida reúne nesta semana um grande retrato do que é o Brasil, na sua diversidade e riqueza cultural. São pessoas que vêm de todas as regiões do país, cidades longínquas do interior, com diversos sotaques, semblantes e uma coisa em comum: o compromisso com a missão da Pastoral da Criança.
Outro ponto em comum é a alegria. Por isso, a abertura do congresso incluiu muita música, saudações, orações e reverências a Nossa Senhora Aparecida e às diversas denominações que a mãe de Jesus vai ganhando em cada lugar, cidade, país, como a Nossa Senhora de Chiquinquirá que foi lembrada pela comitiva que veio da Colômbia.
Teatro resgata Florestópolis
A encenação da criação da Pastoral da Criança em Florestópolis, em 1983, pela equipe de colaboradores da coordenação nacional foi aplaudida de pé. Dirigida pelos jornalistas Ivo e Sonia Prati, a cena teatral resgatou o surgimento da Pastoral da Criança a partir do encontro entre o cardeal dom Paulo Evaristo Arns e James Grant, diretor do Unicef.
Teatro lembra a dor da mortalidade infantil
Outro quadro destacou a vida sofrida dos cortadores de cana de Florestópolis, cidade onde morriam 127 criancinhas em cada mil nascidas vivas e a ação empreendida por Zilda Arns Neumann, dom Geraldo Majela Agnello, bispo de Londrina, e a comunidade de Florestópolis que marcou a história da infância no Brasil.
Ednilson Cunico e Humberto Cereser Ibanez, funcionários da coordenação nacional, deram vida aos bóias frias que viam suas crianças sucumbirem vítimas da desnutrição. “Foi importante participar do resgate da história da Pastoral”, disse Humberto. Paulo Wilson de Jesus Costa, apoio na Bahia, aplaudiu a iniciativa da coordenação nacional. “Emocionante e muito interessante tornar concreto que de fato aconteceu”, afirmou.
Veja a íntegra da mensagem da coordenadora nacional, irmã Vera Lúcia Altoé
Congresso Nacional da Pastoral da Criança - Palavras de Irmã Vera Lúcia Altoé, Coordenadora nacional da Pastoral da Criança, na  Abertura do Congresso no dia 28 de julho de 2013
Irmã Vera Lúcia Altoé
Em nome da coordenação nacional, cumprimento e dou as boas-vindas a todos os participantes deste Congresso Nacional, onde estamos celebrando o trigésimo aniversário da Pastoral da Criança. É uma alegria nos encontrarmos e nos acolhermos como lideranças comprometidas com a vida, sobretudo onde ela se encontra mais ameaçada e fragilizada.
Acompanhamos hoje a Celebração Eucarística presidida pelo nosso Papa Francisco, que vem nos inspirando e dizendo que é preciso sairmos de nós mesmos rumo a todas as periferias existenciais. Recordo, especialmente, de sua homilia sobre o pastor que se dá conta de que lhe falta uma ovelha: deixa as 99 e vai procurá-la. O Papa Francisco nos lembra que na ação evangelizadora temos uma ovelha e que precisamos sair em busca das 99 que faltam. É mais fácil ficar em casa com uma só ovelha, penteá-la, acariciá-la. Mas, ele afirma que Deus quer que todos nós sejamos pastores e não penteadores de ovelhas!
Que Deus ilumine o Papa Francisco nessa sua grande tarefa e que a Mãe Aparecida o cubra com seu manto Sagrado.
Estamos chegando de 27 estados do Brasil e de mais nove países, alguns bem distantes. O que importa e o que conta agora é a missão que nos une e nos desafia a caminhar e lutar sempre por um mundo mais humano, solidário, justo e fraterno. Agradeço muito o trabalho e o esforço de cada um para responder ao nosso chamado e participar deste Congresso.
Ainda que tenhamos familiaridade com os assuntos pertinentes ao Congresso, vamos falar do nosso dia a dia. É um momento histórico de congregação para partilhar experiências, animar na missão, traçar metas e prioridades para os próximos anos.
Queremos viver este tempo do Congresso como uma Celebração, como um presente de Deus por tantas vidas que foram doadas no decorrer desses trinta anos. Em especial, queremos lembrar a nossa fundadora Dra. Zilda que, com sua dedicação incansável, não mediu esforços para que essa semente lançada na terra pudesse continuar dando frutos.
Creio que no coração e na mente de cada um de nós temos muitos questionamentos e preocupações que, com razão, nos inquietam, nos angustiam, pois estamos num tempo de crise, sobretudo pela falta de mais voluntários e lideranças comprometidas. Mas, vamos lembrar que a crise precede a transformação.
Nosso tempo é sagrado, nossa liderança é um dom e nossos desafios são bênçãos que o Espírito nos dá para reconhecer este movimento, entrar na corrente e nos deixarmos levar por ela. Nosso tempo é agora, para o qual Deus está nos chamando!
Que a Mãe Aparecida nos inspire a encontrar os novos caminhos para a Pastoral da Criança. Ela, Maria, a Nossa Senhora, a primeira líder a prestar serviço à prima Izabel.
Com o coração transbordante de confiança e de expectativa, na casa da Mãe Aparecida, à luz desta vela que acendemos como o fogo em nossos corações, damos início ao nosso Congresso.
Amém.

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