sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Amamentação exclusiva salva cerca de seis milhões de crianças no mundo a cada ano, estima OMS

Leite materno deve ser a única alimentação da criança até os seis meses de vida


Amamentação exclusiva salva cerca de seis milhões de crianças no mundo a cada ano, estima OMS Stock.Xchng/Stock.Xchng
Estima-se que o aleitamento materno seja capaz de diminuir em até 13% a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas preveníveis Foto: Stock.Xchng / Stock.Xchng
A amamentação deve ser a alimentação exclusiva da criança até os seis meses de vida, de acordo com a recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Depois disso, o bebê pode começar a receber outros alimentos saudáveis, mas a orientação é que seja mantida a amamentação até os dois anos de idade ou mais, decisão que fica a critério da mãe.

Estima-se que o aleitamento materno seja capaz de diminuir em até 13% a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas preveníveis. Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças nessa faixa etária.
Segundo a OMS e o Programa das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em torno de seis milhões de vidas de crianças estão sendo salvas no mundo, a cada ano, por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva.

Contudo, no Brasil, dados da II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno — realizada nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, em 2008 — revela que somente 41% das crianças menores de seis meses de vida estavam em aleitamento materno exclusivo. As demais tinham experimentado outro alimento já nas primeiras semanas ou meses de vida.
— A amamentação é uma estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança. O recomendado à mãe é que ela amamente seu filho até dois anos ou mais — afirma Paulo Bonilha, coordenador de Saúde da Criança do Ministério da Saúde.

Alimentação complementar
Muitos pais e mães se sentem inseguros quando chega a hora de introduzir novos alimentos à dieta das crianças que completam seis meses de idade.
— O profissional de saúde tem um papel fundamental na orientação e no auxílio à família da criança. E o sucesso da alimentação complementar depende de paciência, afeto e apoio de todos envolvidos nos cuidados da criança — afirma Patrícia Jaime, coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde.
Como destaca Patrícia Jaime, os hábitos alimentares são formados nos primeiros anos de vida. A oferta de alimentos não saudáveis contribui para o desenvolvimento um modelo de nutrição que favoreça o excesso de peso, deficiências nutricionais e diversas doenças.

Incentivo à alimentação saudável
A partir do próximo mês, o Ministério da Saúde promoverá novas ações de incentivo à alimentação saudável para crianças menores de dois anos, como parte da estratégia da Rede Cegonha, programa que busca dar assistência à mulher e ao bebê.

Por meio de oficinas de formação, o governo federal pretende capacitar mil profissionais de saúde que atuam em Unidades Básicas de Saúde (UBS) para que sejam multiplicadores de informações que incentivem, também, o aleitamento materno até o segundo ano de vida da criança.
O objetivo é que o aumento da qualidade dos alimentos consumidos até os dois anos de idade — complementados com leito materno, quando possível — influenciem para a melhoria dos indicadores de saúde das crianças nesta faixa etária.
Para 2013, estão previstas 50 oficinas de capacitação de tutores em todo o território brasileiro. Os cursos vão ocorrer em todos os estados e os profissionais formados terão a responsabilidade de replicar a estratégia a outros profissionais de saúde.

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