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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Tempo de cultivo

Hortaliças cultivadas em local definitivo

Hortaliças Semeadura Dias para germinar Espaçamento entre fileiras Espaçamento entre plantas Dias para colher
Abóbora cova 5-7 3m 3m 150
Abobrinha cova 5-7 1,5m 1,5m 80
Almeirão folha larga canteiro 7 20cm 5cm 80
Agrião canteiro  5-7 20cm 5cm 60
Beterraba canteiro 8-10 20cm 15cm 90
Cebolinha canteiro 15 20cm 5cm 80
Cenoura canteiro 8-10 20cm 5cm 90
Ervilha cova 8-10 1m 40cm 80
Feijão-vagem cova 8-10 1m 40cm 70
Nabo canteiro 5-7 20cm 10cm 80
Pepino cova 5-7 1m 1m 70
Quiabo cova 12 1m 50cm 100
Rabanete canteiro 3 20cm 5cm 30
Rúcula canteiro 5-7 20cm 5cm 70
Salsa  canteiro 18-22 30cm 5cm 70

Hortaliças cultivadas em sementeira/transplante

Hortaliças Dias para germinar Local do transplante Espaçamento entre fileiras Espaçamento entre plantas Dias para colher
Alface 6 canteiro 30cm 20cm 70
Almeirão 8 canteiro 30cm 20cm 80
Acelga 6 canteiro 30cm 30cm 80
Beringela 10 cova 1m 50cm 100
Couve folha 8 cova 1m 50cm 80
Brócolis 8 cova 1m 50cm 90
Couve-flor 8 cova 1m 50cm 120
Cebola 15 canteiro 40cm 10cm 150
Chicória escarola 8 canteiro 30cm 20cm 80
Couve rábano 8 canteiro 30cm 20cm 70
Jiló 12 cova 1m 1m 110
Mostarda 6 canteiro 30cm 30cm 70
Pimentão 8 cova 1m 50cm 120
Repolho  8  cova 1m  50cm  120
Tomate  8  cova 1m 50cm 120
OBS.: A época do plantio varia conforme a região.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Passo-a-passo para fazer uma horta em casa

alface HORTAS CASEIRAS


NA TERRA OU NO VASO?

As hortaliças podem ser divididas em dois grupos: as que podem ser plantadas no local definitivo e as que exigem transplante. Hortaliças que precisam ser transplantadas deverão ser semeadas primeiro em uma sementeira para depois serem transplantadas para o canteiro definitivo.
O cultivo também pode ser realizado em locais alternativos. Uma caixa de leite, por exemplo, pode servir como recipiente para o cultivo de uma planta, como couve ou brócolis ou várias cenouras. Podem também ser usadas embalagens como latas, potes e vasos.
Se existir pouco espaço no quintal, coloque o vaso em qualquer lugar onde receba luz. É sempre importante lembrar que as plantinhas só precisam de um pouco de solo adubado, água e luz do sol para crescer e produzir.
Limpe o local, livrando-o de pedras, cascalho, entulhos e de qualquer tipo de lixo. Caso exista a entrada de animais, deve-se cercar a área ou fazer um canteiro suspenso.

Sementeira como fazer horta em casacomo fazer uma horta, plantando em casa
plantando em uma caixa de madeira

Sementeira

Passo-a-passo para fazer uma sementeira

1. Escolha um recipiente de até 10cm de altura, que pode ser uma caixa de madeira, garrafa PET, caixa de leite, caixa de ovos, pneus, copos de iogurte e recipientes não mais utilizados (potes, bacias, panelas velhas, entre outros) .
2. Ao usar uma caixa, preencha as frestas com pedras (isso impede que a terra escape e facilita a saída de água).
3. Peneire o solo que será utilizado na sementeira. Caso não tenha peneira, desmanche os torrões de terra com as mãos.
4. Misture a terra com o adubo natural.
5. Preencha a sementeira com essa mistura. Em seguida, amasse a terra com uma tábua ou algo semelhante, mas sem aplicar muita força.
6. Faça pequenas fendas, utilizando um graveto.
7. Se as sementes forem pequenas, espalhe-as com a mão. As sementes que se parecem com um pó fino, devem ser colocadas em um papel para depois deixar que caiam distribuídas nas linhas.
8. Se as sementes forem um pouco maiores (grãos), faça furos em linha reta com um lápis. Os furos devem ter uma distância de 4 a 5cm um do outro.
9. Após distribuir as sementes nos furos, cubra com uma fina camada da mistura inicial (solo+adubo natural) e molhe o solo com um pouco de água.
10.As sementes precisam de calor, mas não podem ficar expostas ao sol. Para isso, coloque a sementeira na sombra.
11.Uma opção é reproduzir o efeito de uma estufa utilizando dois pedaços de arame, os quais devem ser presos na própria terra, cruzando-os de um lado para o outro. Depois cubra a armação com um plástico e coloque-a em local protegido do sol direto.
12.Regue a sementeira pela manhã e à tarde. Não esqueça de fazer um furo no fundo dos potes para que o excesso de água possa sair.
plantando semente em garrafa petsimiluando efeito estufa em horta caseira

transplantar mudartransplante5

Transplante

Transplante é a passagem das mudas da sementeira para o canteiro definitivo. Veja abaixo algumas dicas para fazer esse processo.
1. Faça o transplante quando a mudinha estiver com 5 ou 6 folhinhas, o que acontece em cerca de 30 dias. Molhe bem as mudas na sementeira. Escolha as plantas mais viçosas e com uma colher, retire-as com um pouco de terra junto à raiz.
2. Abra as covas no canteiro definitivo, observando o espaçamento para cada planta (Vide Anexo VII).
3. Coloque as mudinhas nas covas, juntando terra e apertando um pouco em volta.
4. Cubra o canteiro com restos de vegetais (capim, grama, palha de arroz) para conservar a umidade, proteger a terra do sol direto e evitar o crescimento de mato. Isto é chamado de cobertura morta.
5. Regue com abundancia as mudas recem transplantadas. Isto ajuda a aproximar a terra das raizes e, com isto, a muda sofre menos com o transplante. É importante que o transplante seja feito num dia nublado ou num final de tarde, para que as mudas não fiquem prejudicadas pelo calor.

Semeadura diretamente no canteiro definitivo

1. Abrem-se covas em fileiras com 10cm de profundidade e espaçamento, variando conforme a espécie de planta.
2. Semeiam-se de duas a três sementes por cova.
3. Cobrem-se as sementes com uma fina camada de terra e rega-se levemente.


irrigação com garrafa petirrigação com garrafa pet

Cuidados com a horta

Irrigação

Não adianta fazer bem uma horta se não fornecermos água suficiente para que as hortaliças possam se desenvolver. Quando o tempo estiver seco, devemos lembrar de irrigar a horta todos os dias. Devemos regar também sempre que as folhas estiverem murchas ou caídas e logo após o plantio. É importante manter a terra sempre úmida e nunca irrigar com sol forte, mas sim no final da tarde ou no início da manhã
Devemos tomar maior cuidado com as plantas da sementeira e as que estão em locais que não recebem água da chuva as quais devem ser irrigadas periodicamente (todo dia).

Raleamento

É a retirada de algumas plantas para que as outras possam crescer melhor. É feita nas hortaliças de semeadura direta nos canteiros.

Estaqueamento e amarração

Algumas hortaliças como tomate, vagem e pimentão precisam de um suporte para que os frutos não fiquem em contato com o chão e acabem se estragando. Isso é feito colocando-se uma estaca ou taquara perto da planta e amarrando de acordo com o seu crescimento.

Amontoa

Consiste em cobrir o bulbo da planta (beterraba, batata, cenoura etc) com terra para que fique completamente enterrado. A parte do bulbo exposta ao sol fica esverdeada e com gosto diferente.

Pragas e Doenças

Por mais que nossas plantas estejam bem nutridas, irrigadas e o canteiro limpo, pode aparecer alguns insetos ou doenças. Por isso alguns cuidados são importantes:
1. Nunca plantar hortaliças da mesma qualidade no mesmo canteiro (principalmente tomate, pimentão e beterraba).
2. Retirar as plantas que estiverem doentes, pois podem transmitir a doença para plantas saudáveis.
3. Cuidar para que formigas, pulgões, vaquinhas, lesmas e insetos em geral não se reproduzam em grande quantidade.

domingo, 6 de outubro de 2013

É necessário ter espaço ou quintal para ter uma horta em casa? Não.

Horta Caseira incentivada na Pastoral da Criança

Ações Básicas

Nos últimos anos, o aumento da população mundial fez com que a produção agrícola crescesse num ritmo acelerado. Para tanto, os produtores rurais, em sua maioria, lançaram mão de grande quantidade de agrotóxicos, adubos e fertilizantes químicos e máquinas.

Os resultados foram muito ruins: contaminação da água dos rios, contaminação do solo e também dos alimentos, por causa dos venenos usados nas lavouras. Isso sem falar da contaminação das pessoas que mexem com esses agrotóxicos. Muita gente perdeu a saúde por causa disso.

Para incentivar a alimentação saudável entre as famílias acompanhadas, a Pastoral da Criança está orientando as famílias para que façam uma horta caseira. Alimentos mais saudáveis, sem agrotóxicos e sem custos.
Confira as dicas abaixo:

É necessário ter espaço ou quintal para ter uma horta em casa?
Não. Somente é necessário usar a criatividade para aproveitar recipientes como latas de óleo de cozinha, garrafas pet, vasinhos, bacias e outros vasilhames que estejam sem uso em casa que podem ser aproveitados para o cultivo de algum tempero, alimento ou erva medicinal.

Qual a importância das Hortas Caseiras?
A horta caseira é importante, porque tem muitas vantagens, como:

1) melhora a alimentação da família - um tempero verde como salsa, cebolinha ou coentro tirado da horta e acrescentado na comida, significa que esta comida tem mais vitaminas, está enriquecida nutricionalmente;

2) a família tem acesso a alimentos de qualidade, ela sabe o que ela come, ela cuidou daquele alimento;
3) diminui o acúmulo do lixo, pois restos de alimentos crus não aproveitados na alimentação, como algumas cascas de frutas e verduras, além das folhas secas servem de adubo;

4) resgata conhecimentos populares de cultivo e uso das plantas, legumes e verduras;

5) a horta ainda tem a vantagem de embelezar a casa e a comunidade e estimula o convívio entre os vizinhos através das trocas de mudas e sementes.

Como é uma horta saudável?
É aquela que é cuidada com carinho, adaptada à região e ao clima, que aproveita o adubo natural, como restos de alimentos crus, esterco e não utiliza produtos químicos. É preciso também que ela esteja protegida de cachorros, gatos e outros animais que possam prejudicar a horta.

Como o líder da Pastoral da Criança pode incentivar ou pode começar este trabalho na comunidade, com as famílias, para o cultivo de uma horta caseira?

O líder da Pastoral da Criança pode começar pela identificação de pessoas na comunidade que já cultivam pequenas hortas, pois isto é fundamental para animar e incentivar outras famílias acompanhadas e também pode começar uma em casa.

Conversar com as famílias na visita para aproveitar os espaços e valorizar aquelas que já têm uma pequena horta. 
 
fonte: http://pastoraldacrianca.org.br/images/stories/pdf/ok%20jornal%20172_maro_web.pdf
http://pastoraldacrianca.org.br/images/stories/pdf/alimentacaoehortas.pdf
Poderá também gostar de:

terça-feira, 15 de maio de 2012

HORTAS CASEIRAS na Pastoral da Criança

Colaboração: Maria do Socorro
Aguiar Moreira • Coordenadora da Pastoral
da Criança na Arquidiocese de Olinda e Recife

Nos dias 09 e 10/02/12 a Pastoral da Criança na Arquidiocese de Olinda e Recife promoveu treinamento para Capacitadores em Alimentação e Hortas Caseiras, na sede da CNBB - REGIONAL NE 2, Recife. A ação Alimentação e Hortas Caseiras na Pastoral da Criança tem como objetivo levar informações e dicas sobre alimentação saudável e plantio de hortas caseiras a todos os líderes e famílias acompanhadas. Ao todo, foram capacitadas dezesseis pessoas.
Diante dos altos índices de obesidade no Brasil, tida como um problema de saúde pública e que atinge todas as classes sociais, a reeducação alimentar se faz necessária.
A população brasileira consome muitos alimentos industrializados, ricos em gorduras e açúcares, e poucos alimentos saudáveis, como frutas, verduras e legumes. Assim como a desnutrição, a obesidade precisa ser combatida para diminuir o aparecimento das doenças decorrentes do excesso de peso: doenças cardiovasculares, diabetes, pressão alta, entre outras.
A Pastoral da Criança decidiu incentivar as famílias a plantar seus próprios alimentos, por meio das hortas caseiras, e a utilizarem verduras, legumes e frutas na alimentação do dia a dia. Dessa forma, a Pastoral da Criança contribui para melhorar a saúde e a alimentação dessas famílias e ainda colabora para que os princípios da Segurança Alimentar e Nutricional realmente aconteçam.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Alimentação saudável e nutritiva promove vida em abundância


O calendário da Pastoral da Criança propõe para o mês de maio o tema alimentação saudável. Desde que surgiu, a Pastoral da Criança se preocupa com a alimentação da família. Boa saúde começa com refeições saudáveis e nutritivas, variadas, equilibradas, coloridas – preferencialmente pratos formados com alimentos típicos de cada região. A base de nosso hábito alimentar está ligado ao local onde crescemos, à história da nossa família e comunidade.

Todos os dias é preciso decidir o que vamos comer. Procure avaliar que atitudes podem melhorar a qualidade do alimento que você vai consumir hoje.

Em recente divulgação do Ministério da Saúde, foi confirmada uma diminuição significativa da desnutrição no país. Ao mesmo tempo, notamos em nossas comunidades um número cada vez maior de crianças com excesso de peso. O aumento do peso entre as crianças e famílias acompanhadas é resultado de vários fatores.
Hábitos alimentares errados, com o maior consumo de farinhas, açúcar e alimentos industrializados e vida sedentária, com pouca atividade física, estão entre as principais causas do excesso de peso infantil. A Pastoral da Criança desenvolve diversas ações para prevenir e reduzir a obesidade infantil. Podemos evitar a obesidade com a amamentação exclusiva até os seis meses e o consumo de alimentos saudáveis, principalmente as frutas, hortaliças, arroz, feijão, carnes magras e também a atividade física.

A ação Alimentação e Hortas Caseiras da Pastoral da Criança tem o objetivo de levar informações e dicas sobre alimentação e plantio de hortas caseiras a todos os líderes e famílias acompanhadas. É uma das ações
com as quais as famílias podem produzir alimentos saudáveis e de qualidade por um baixo custo, com todos os nutrientes (vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas e gorduras), e na quantidade suficiente.
Líder, nas visitas mensais você pode incentivar o cultivo das hortas caseiras. Pode orientar as famílias sobre como aproveitar os espaços ao redor e até dentro de casa para os cultivos, plantar em pequenos canteiros,
jiraus, vasos e potes, explicar as riquezas e o aproveitamento dos alimentos coloridos, regionais e de baixo custo.
Também deve ser valorizada a ação Brinquedos e Brincadeiras. O brincar, além de ser atividades de lazer nas comunidades, combate o sedentarismo.
Clóvis Boufleur
Gestor de Relações Institucionais.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Hortas Caseiras

Então, como podemos resolver o problema?
Um jeito simples e gostoso é fazer uma pequena horta no quintal da nossa casa. Não precisamos de um espaço muito grande, um espacinho de terra no fundo de sua casa, um vaso de flor que não se usa mais, uma caixa de madeira que só serve para guardar entulhos, enfim, tudo isso pode ser usado para se fazer uma horta. É só ter criatividade e boa vontade que as plantinhas irão dar muitos frutos. E como é bom comer alimentos colhidos no quintal de casa! São mais gostoso e nutritivos.


Esse ano a Pastoral da Criança está iniciando uma ação voltada para estimular o consumo de alimentos saudáveis e o plantio de hortas caseiras em todas as famílias acompanhadas. Dessa maneira, a Pastoral quer levar mais vida e saúde a todas as famílias, de maneira a garantir o uso de alimentos seguros, livres de agrotóxicos e que não pesam no bolso.

Líder, logo essa ação começará em sua comunidade. Se você já conhece famílias que plantam suas próprias hortas, continue incentivando o plantio e mostre a elas a importância e o benefício desses alimentos.

Caroline Dallabona
Nutricionista da Pastoral da Criança

Todos nós sabemos que é preciso ter uma alimentação saudável para viver bem e com saúde. Mas como podemos ter uma alimentação saudável nos dias de hoje?
A alta no preço dos alimentos, alimentos com cada vez mais gorduras e açúcares, frutas e hortaliças com agrotóxicos, tudo isso dificulta a prática de uma alimentação saudável.


segunda-feira, 9 de abril de 2012

A arte de reciclar e transformar

Projeto da escola de Rolante faz com que seus alunos aprendam maneiras de contribuir com o meio ambiente.



Uma pequena iniciativa que tomou grandes proporções. É dessa maneira que pode ser traduzido o projeto A Arte de Reciclar e Transformar, promovido por integrantes da Escola de Ensino Fundamental Sagrada Família, localizada na encosta da Serra do Rio Grande do Sul no município de Rolante. A partir do programa, materiais descartados que antes eram considerados lixo pelos alunos passaram a ter um novo significado para eles. Agora servem de matéria-prima para confeccionar brinquedos, presentes e até mesmo obra de arte, ação que acaba beneficiando não só os estudantes, mas muitas pessoas da comunidade.

O programa começou a ser implantado com as turmas de níveis iniciais da escola há cerca de três anos. A educadora da terceira série Fabiana da Cunha levou um representante da Pastoral da Criança da cidade para ensinar os pequenos a produzirem brinquedos com garrafa PET. A atividade obteve sucesso, fazendo com que a educadora da 2ª série, Cristina Lembi, convocasse a turma de Fabiana para ensinar o exercício aos seus aprendizes. A troca de experiência entre os alunos resultou em diversos brinquedos como bilboquê, cavalo de pau, avião, pés de lata, carrinhos, vaivém, entre outros, destinados, posteriormente, a crianças carentes.

A conscientização em promover atitudes que contribuem para a sustentabilidade do meio ambiente passou aos poucos a atingir os demais estudantes do colégio. Atualmente, todas as séries participam de alguma forma do projeto. A expansão da iniciativa também ultrapassou os muros da escola. Foi firmada parceria com a Escola Estadual Frei Miguelinho, onde alunos da Sagrada Família se tornaram professores por um dia, ensinando as crianças da instituição pública a fabricarem brinquedos com materiais recicláveis.

Outra ação que envolve A Arte de Reciclar e Transformar ocorre na horta escolar, em que é aproveitado o lixo orgânico. No local, os pequenos aprenderam a fazer uma composteira, espaço onde é depositado resíduos orgânicos. É ali também que plantam verduras, pipocas e outros alimentos. Fazem parte do projeto ainda atividades fora da escola. As crianças visitaram, por exemplo, a Usina da Reciclagem, onde puderam conhecer a rotina de quem trabalha com o lixo. A partir do contato com os trabalhadores, tiveram conhecimento de desagradáveis experiências de seu cotidiano como a de encontrar animais mortos entre os resíduos e lixo hospitalar.

Valorizar a atuação dos catadores de lixo de Rolante é um dos objetivos do programa. Uma mostra dessa intenção foi a entrevista realizada pela 5ª série com o catador Osmar. Ele que não sabe ler nem escrever explicou aos pequenos de que forma extrai do lixo o seu sustento. Ações como essa proporcionaram uma maior conscientização dos participantes do programa no sentido de colaborar com o serviço de pessoas como Osmar.

A coordenadora da iniciativa, Arlete da Rosa, aponta ainda outras mudanças de comportamento dos participantes após o programa alterar o cotidiano da escola. "Os alunos passaram a produzir menos lixo no interior do colégio e estão mais solidários uns com os outros", comemora ela. Os responsáveis dos menores também são testemunha dos diferentes hábitos obtidos pelas crianças. "Pais vêm nos contar que os filhos passaram a se alimentar de forma mais saudável e que cobram deles a separação do lixo em suas casas", relata Arlete.

A cobrança dos estudantes não foi exercida somente aos seus responsáveis. No ano passado, eles marcaram uma entrevista com o prefeito da cidade e enviaram a ele uma carta com reivindicações para que o município atue de maneira responsável em relação a questões ambientais. Coincidência ou não, após o manifesto dos pequenos, a prefeitura anunciou que iria iniciar a coleta de lixo seletivo em 2012. "Acreditamos que temos uma parcela de contribuição nessa conquista", orgulha-se a coordenadora do programa.
Projeto é reconhecido por meio de prêmios

Mesmo com pouco tempo de existência, A Arte de Reciclar e Transformar já foi agraciada por duas vezes. Recebeu em 2011 o 12 lugar na categoria preservação ambiental do 62 Prêmio de Responsabilidade Social do Sinepe/RS (Sindicato do Ensino Privado do Estado) e também o Selo de Escola Solidária do Instituto Faça Parte. "É gratificante ver um trabalho que iniciou tão pequeno com poucos recursos financeiros, mas muito capital humano, ser reconhecido por essas instituições" diz Arlete da Rosa. o A ambição dos coordenadores do programa é que suas ações atinjam uma camada cada vez maior da comunidade de Rolante.

"Esperamos que mais escolas e pessoas participem dessa experiência", defende a professora Cristina Lembi, uma das precursoras da iniciativa. Já a irmã Dolores Kassick, que, além de professora do Sagrada Família, é agente da Pastoral da Criança da cidade, destaca os resultados já obtidos que favoreceram o município. "Tornamos visível socialmente a atuação dos catadores e separadores e colocamos em debate a importância da sustentabilidade", aponta ela.
Jornal do Comércio (Porto Alegre/RS) – JC Empresas & Negócios – 09/01/2012 – Pág. 16

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pastoral da criança combate fome com cultivo de hortas


Marcelo Rudini
'Nossa luta contra a fome é uma luta pela justiça social', Ir. Vera
O número de pessoas que passam fome no mundo aumentou em 2008 para 963 milhões, contra 832 milhões registrados em 2007, segundo o último relatório da ONU anunciado pelo diretor da FAO, Jacques Diouf em janeiro deste ano. Entre as políticas públicas e as várias instituições que lutam contra a fome no país, a Pastoral da Criança se destaca pelo trabalho desenvolvidos com as famílias.

A Pastoral da Criança, uma rede de solidariedade que faz parte da CNBB, acompanha mais de um milhão e 800 mil crianças e cerca de 94 mil gestantes. Com a ajuda de mais de 200 mil voluntários, a Pastoral atua em 42 mil comunidades brasileiras e no exterior.

Em entrevista ao noticias.cancaonova.com, a coordenadora Nacional da Pastoral, Ir. Vera Lúcia Altoé, fala sobre o trabalho realizado e como a Instituição tem reeducado as famílias carentes para que tenham uma alimentação adequada e consigam, com a ajuda mútua e conhecimento, enfrentar a desigualdade social.
noticias.cancaonova.comQual a visão da Pastoral da Criança sobre a fome no Brasil e no mundo? 
Ir. Vera – A Pastoral da Criança, hoje, entre outras causas, vê a desigualdade social como principal causa da fome. E isso não é novidade pra ninguém e nem para a Pastoral da Criança. E a nossa luta contra a fome é uma luta pela justiça social.

Outra coisa que podemos admitir, hoje, é que a fome deixou de ser um problema em todos os estados brasileiros. O que existe realmente são os bolsões de pobreza. Temos andado por pelo país e visto isso. Há pessoas que realmente passam fome. A  Pastoral da Criança pode constatar que o estado mais pobre do Brasil é o estado do Maranhão, e depois vem os outros, como Alagoas, Piauí, Ceará e também a Bahia, que apesar de ser tão falada, tão famosa, é um dos estados, também apontado pela Fundação Getúlio Vargas, como um estado bem pobre.

E mundialmente, sabemos também que existem, na Ásia e na África, estados onde até vivem irmãs da nossa Congregação da Imaculada Conceição, passando por situações muito desumanas.

noticias.cancaonova.comQual a situação das crianças do Brasil em relação à desnutrição?

Ir. Vera
– Das crianças acompanhadas pela Pastoral da Criança apenas 3,1% apresentam desnutrição e esse número ainda está abaixo da média da Organização Mundial da Saúde. Nós acompanhamos aproximadamente um milhão e 850 mil, o que representa 20% das crianças pobres do Brasil. Hoje, uma das coisas que a Pastoral da Criança tem como desafio, além de combater a desnutrição, é combater a anemia.

Sentimos hoje que realmente, por falta de uma alimentação adequada, as nossas crianças estão ficando anêmicas. E, por outro lado, temos observado nas crianças que acompanhamos uma grande porcentagem de obesidade. No ano passado, foi identificado que 1,2% das crianças acompanhadas eram obesas. Estamos tentando lançar para as mães e para as crianças aquela costumeira horta caseira. Mudar um pouco esse negócio de só estar comprando produtos que muitas vezes são caros, mas não tem os pré-requisitos necessários para uma alimentação saudável.

Nós estamos fazendo capacitações em vários estados do Brasil onde queremos colocar como uma alternativa para as nossas crianças anêmicas, desnutridas ou obesas que, ao invés de um refrigerante, tomem um suco por exemplo. É nesse sentido que estamos trabalhando um pouco para combater a fome.

noticias.cancaonova.com - As sociedades têm falado muito em segurança alimentar, inclusive no mês de janeiro, o Ministro Patrus Ananias, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Brasil participou de um encontro em Madri que terminou com o compromisso dos países em priorizar o combate à fome e à desnutrição no mundo. A Pastoral da Criança acredita nessas grandes decisões? Participa dessas iniciativas?
Ir. Vera - A Pastoral da Criança tem uma metodologia muito simples. E nós que somos católicos entendemos bastante dessas coisas. Ela atua dentro da família, cuidando de gestantes e crianças de 0 a 6 anos. Nós buscamos uma integração àquele texto bíblico que fala da multiplicação, ou seja, a metodologia da Pastoral da Criança é inspirada na multiplicação dos pães, na passagem em que Jesus tinha cinco pães e dois peixinhos para saciar aquela multidão. É por isso que nós nos inspiramos no pequeno, nos pequenos grupos. São comunidades simples, pessoas necessitadas, que se organizando e trabalhando em equipe, dá certo.

Não acreditamos que essas grandes esferas da sociedade, essas multinacionais, vão realmente responder àquela necessidade que está lá no final do Maranhão, lá no final do Amazonas, onde a própria comunidade, os próprios líderes, as pessoas envolvidas têm dificuldade em chegar.

Noticias.cancaonova.comQuais os projetos e planos de ação da Pastoral da Criança diante desse quadro de fome no mundo, principalmente no Brasil?

Ir. Vera
– Atualmente, a Pastoral da Criança acompanha 20% das crianças pobres brasileiras. Estamos presentes em todos os estados do país, em todas as paróquias e dioceses e, além disso, a Pastoral da Criança está presente também em 17 países fora do Brasil. E o nosso grande desafio hoje é diminuir a incidência de anemia entre as crianças e fazemos isso através da alimentação variada e enriquecida.

E a Pastoral da Criança realmente orienta as famílias, acompanha através das noções básicas de saúde, nutrição e educação. Nós trabalhamos realmente no controle das políticas públicas, ajudando às famílias acompanhadas a lutarem para que tenham seus direitos, ou pelo menos seus direitos básicos, que são a saúde, nutrição, educação e cidadania.

Em 2009, nós gostaríamos de aumentar o número de crianças acompanhadas. Queremos ter esse avanço e, por isso, pedimos que as pessoas façam a propaganda e convidem novas pessoas, novas lideranças, pessoas que se sintam chamadas a serem realmente discípulos e missionários de Jesus, para levar vida onde precisa. Nossa meta é que a Pastoral da Criança possa atingir pelo menos 50% das crianças pobres do país.

noticias.cancaonova.com - Como a Pastoral da Criança está encarando a atual crise econômica?
Ir. Vera - Diante dessa crise econômica, os primeiros afetados realmente são os nossos pobres e isso porque diminuiu muito a oportunidade de emprego e eles passam a ter menos acesso à alimentação e à moradia. Quando a gente vai visitar uma família, como aconteceu semana passada no bairro onde moro, a mãe teve bebê e, com um mês e meio, a mãe já teve que trabalhar porque o marido não tinha emprego. E então a criança fica sem mamar, fica na casa de outros para a mãe poder ir trabalhar. A falta de acesso à alimentação, à moradia, à casa própria, tudo isso é reflexo da crise econômica.

Diante disso, a Pastoral da Criança deve ficar atenta aos possíveis cortes dos recursos públicos. Temos esse momento forte em que ficamos atentos para que não haja esses cortes de recursos para o atendimento às famílias carentes. É inadmissível que uma gestante não possa ser atendida, que não tenha uma comida adequada para alimentar seu filho.

Eu quero agradecer a vocês por essa entrevista. Sabemos que a fome é uma dor muito grande e que há muito desperdício de comida pelo mundo a fora. Há muita insensibilidade em alguns lugares onde muitos passam fome. Eu quero pedir realmente que Deus os abençoe e abra o coração e as mãos dos que têm muito para que possam repartir, como fez Jesus na multiplicação do pão e, assim, todos tenham o suficiente para se alimentar.